As instalações da Estação de Tratamento de Águas do Guandu, operada pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), em Nova Iguaçu, foram vistoriadas nesta segunda-feira (13) por uma comissão do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). A visita foi acompanhada por técnicos de órgãos ambientais e especialistas de instituições parceiras como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que coletaram amostras desde a captação ao pós-tratamento para análises.

A iniciativa visa à ampliação de esclarecimentos sobre denúncias de coloração, gosto e odor diferenciados na água distribuída à população de diversas localidades do Rio e Região Metropolitana. Tanto que, em recomendação à presidência da Cedae, o Gaema/MPRJ solicitou que haja ampla transparência na divulgação dos laudos de potabilidade da água pela companhia, especialmente os produzidos desde o dia 1º de janeiro.

Participaram da vistoria equipes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Vigilância Sanitária (municipal e estadual) que, juntamente com profissionais da própria Cedae, coletaram amostras de água na barragem principal de captação do Rio Guandu e no Reservatório Marapicu (no ponto de coleta oficial e nos laboratórios da companhia). “A expectativa é de que os resultados de todas as análises, sobre padrões diversos como cloro residual, presença de coliformes fecais e bactérias, entre outros, sejam conhecidos no prazo máximo de 15 dias, para a devida identificação de possíveis problemas ao longo do tratamento, indicação das medidas técnicas de correção a serem adotadas ou mesmo a notificação dos responsáveis legais pelas eventuais irregularidades detectadas pelas equipes técnicas”, informou o MPRJ em nota à imprensa.

Representando o MPRJ participaram da visita o promotor José Alexandre Maximino, coordenador do Gaema/MPRJ; além da procuradora Rosani da Cunha Gomes e da promotora Gisela Pequeno. A missão também foi integrada pelo promotor André Dickstein, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Meio Ambiente; e por profissionais do Grupo de Apoio Técnico Especializado.

Pela Fiocruz, participaram da vistoria o professor-pesquisador Alexandre Pessoa Dias e a chefe do Laboratório de Microbiologia da instituição, Adriana Sotero; além dos professores Gandhi Giordano e Adacto Ottoni, ambos do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Faculdade de Engenharia da UERJ. Segundo informado pelo MPRJ, também foi prestado apoio pelo laboratório privado Cafiquímica.

Julio César Antunes, gerente da Estação do Guandu, conduziu o grupo pelas instalações e garantiu que não houve registros fora dos padrões de potabilidade, segundo a legislação vigente, conforme as verificações realizadas no laboratório de análises da Cedae. “Tal fato, disse ele, tem exigido da empresa a investigação das causas das variações da água encontradas em diferentes pontos do Rio, com a presença já confirmada do composto orgânico geosmina que, segundo a companhia, não é prejudicial à saúde”, informou a nota do MPRJ.

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MP quer transparência sobre qualidade da água distribuída no Rio