Ranking reafirma a hegemonia norte-americana
1. EUA
De acordo com a avaliação, a Marinha dos Estados Unidos (USN) ocupa a liderança com pontuação máxima no TvR de 323,9 e uma frota de 232 unidades.
Segundo o WDMMW, essa posição de destaque segue uma lógica de diversidade de embarcações, equilíbrio estratégico e também pela grande frota de porta-aviões — a maior e mais poderosa do mundo.
A posição norte-americana também se reflete por os produtos serem de origem local, graças às proporções da base industrial dos Estados Unidos.
Em entrevista ao Portal iG, o professor universitário de Relações Internacionais, Cícero Pimenteira, explica que a supremacia americana não é casual:
“O poder marítimo americano foi planejado desde a Guerra Fria. Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA expandiram sua frota para além da defesa do litoral, posicionando forças navais em várias regiões do planeta. Isso aumenta os custos de operação e manutenção, mas garante projeção global”.
2. CHINA
Na segunda colocação aparece a Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN), que mesmo com uma frota de 405 unidades de frota, atinge um TvR de 319,8.
De acordo com o WDMMW, a PLAN tem se expandido nas últimas décadas ao adotar embarcações de superfície e submarinas mais avançadas, bem como navios de apoio críticos.
Os objetivos de projeção de poder na região (e globalmente) é o crescente poder da frota de porta-aviões de asa fixa, atualmente com duas unidades modestas.
Mas que em breve deve ser acompanhada por um par de projetos indígenas que oferecem maiores capacidades em ambientes de Água Azul.
Atualmente a frota da PLAN inclui submarinos, destróieres, fragatas e corvetas.
Segundo Pimenteira, a estratégia chinesa em relação ao poderio marítimo é simples:
“O foco da marinha chinesa é garantir poder naval no mar do Japão, no mar da Indochina e em torno de Taiwan. O interesse é territorial e comercial. Guerra custa caro e prejudica o comércio, que é central para a economia chinesa. Por isso, a China investe em modernização da frota mais como instrumento de dissuasão do que de projeção global”.
3. Rússia
A Marinha Russa, tradicional potência naval, ocupa a terceira posição com 283 unidades de frota e um TvR de 242,3. Certas forças navais enfatizam embarcações de superfície, enquanto outras se concentram em submarinos ou porta-aviões.
Apesar da herança soviética e do investimento em submarinos, o país enfrenta dificuldades para renovar plenamente sua frota diante de restrições econômicas e sanções internacionais.
Para o especialista, a relevância naval russa hoje é limitada:
“A Rússia ainda carrega resquícios da Guerra Fria e tenta reativar embarcações antigas com modernizações pontuais. Mas já não é a potência naval de outrora. Seu maior poder está no arsenal nuclear, não na marinha. Além disso, conflitos como o da Ucrânia drenam recursos e expõem a vulnerabilidade de grandes navios frente a tecnologias mais baratas, como embarcações não tripuladas”.
4. Indonésia
A Marinha da Indonésia aparece em quarto lugar com 245 unidades de frota e um TvR de 137,3. A posição reflete a necessidade de defesa do arquipélago e o crescimento da influência marítima do país no Sudeste Asiático.
Pimenteira afirma que não se surpreende com a posição de destaque marítimo por parte da Indonésia, e explica que o caso revela a importância regional:
“Sendo um país insular, a Indonésia precisa de uma marinha robusta para proteger seu território e não ficar refém das potências próximas, como China e Índia. Parte do crescimento da frota vem da compra de embarcações de oportunidade, muitas de segunda mão, mas ainda capazes de garantir resposta rápida em caso de ameaça”.
5. República da Coreia (Coreia do Sul)
Em quinto lugar está a Marinha da República da Coreia (RoKN), com 147 unidades de frota e um TvR de 122,9. Apesar de ser menor em quantidade, a frota sul-coreana possui vantagem numéric e de qualidade distinta em relação a Coreia do Norte.
O ramo de serviço é composto por uma força de combate equilibrada e que inclui todos os tipos de unidades navais esperados, exceto os porta-aviões de asa fixa dedicados.
Segundo o WDMMW, o RoKN está programado para ser modernizado por meio de compromissos em submarinos, fragatas, operações de minas/contraminas e guerra OPV com várias unidades encomendadas.
Para Cícero, o peso sul-coreano deve ser lido em conjunto com suas alianças:
“A Coreia do Sul mantém uma trégua com a Coreia do Norte que possui algum poder naval. Mas ela não se sustenta apenas com seu poder naval. Ela conta com o apoio da marinha japonesa e, principalmente, da americana”.
O especialista ainda complementa com uma orientação: “A grande questão nos investimentos e no desenvolvimento de uma marinha sul-coreana forte, vai de encontro com as tomadas de decisão dos Estados Unidos e decididas no governo atual, ou seja, no governo Trump. E isso dá uma certa insegurança ao futuro quanto a resposta e manutenção da trégua com a Coreia do Norte”.
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Professor Associado D-3 da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Líder do Grupo de Pesquisa do CNPq Núcleo de Estudos Economia Regional, Território, Agricultura e Meio Ambiente do Paraíba do Sul – NEERTAM / UFRRJ. Professor desde de 2022 Programa de Pós-graduação stricto sensu, Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária (PPGCTIA) no Brasil (UFRRJ) . Está lotado no Departamento de de Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade – Instituto de Ciências Humanas e Sociais (DDAS – ICHS / UFRRJ). Atuou como Chefe de Departamento do Departamento de Ciências Econômicas Exatas do ITR no período de setembro de 2011 a maio de 2014. Em 2015 participou de Curso de Formação e Treinamento sobre System of Envaironmental-Economic Accounting (SEEA) promovido pelas Nações Unidas , CEPAL GIZ . O curso capacitou o professor na metodologia de Sistema de Contas Ambientais. Leciona as disciplinas de Economia do Meio Ambiente e Economia do Setor Público. Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000), mestrado em Programa de Planejamento Energético pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002) e doutorado em Planejamento Energético pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010). Durante dez anos realizou pesquisas na Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia (COPPE-UFRJ). Atualmente realiza pesquisa na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Economia do Meio Ambiente, com ênfase em Economia dos Recursos Naturais, Economia Regional e Urbana e Avalição e Valoração Econômica de Projetos, atuando principalmente nos seguintes temas: Políticas Públicas, Saneamento, Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e Conservação de Energia.” Web of Science ResearcherID K-4698-2014