Parte líquida do lixo é levada em caminhões para sete ETEs do estado.
Diluído, material é despejado na Baía de Guanabara, agravando poluição.
Na preparação para a Olimpíada, a poluição da Baía de Guanabara – palco das competições de vela dos Jogos – rendeu muitas críticas ao Rio de Janeiro. Além da grande quantidade de esgoto sem tratamento despejada nas águas, o RJTV mostrou nesta sexta-feira (8) mais um problema: o derrame de chorume, nome dado à parte líquida do lixo.
Como os aterros sanitários não dão conta da grande quantidade de chorume, as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) passaram a receber esse material, que não pode se acumular nos aterros. Estima-se que metade do chorume gerado diariamente no Rio, cerca de um milhão de litros, seja levado para essas estações.
No estado, sete ETEs recebem chorume atualmente, entre elas as da Alegria, no Caju, Zona Portuária do Rio. E parte desse chorume diluído pelas estações vai parar na Baía.
De acordo com o engenheiro Carlos Canejo, que trabalhou por oito anos na Secretaria Estadual do Ambiente, o cenário preocupa, já que as ETEs não são adequadas para receber chorume, que libera substâncias nocivas como o nitrogênio amoniacal.
“O nitrogênio amoniacal é um nutriente. Isso significa que ele vai entrar no corpo hídrico e , ao londo do tempo, produzir a proliferação de uma microbiologia, que vai consumir o oxigênio dissolvido nesse corpo hídrico e impactar diretamente em toda a cadeia alimentar, na qualidade dos peixes e da água”, explica Canejo.
O aterro sanitário que mais envia chorume para as ETEs é o de Seropédica, inaugurado há quatro anos e apontado como o mais moderno da América do Sul. Até hoje, no entanto, o aterro não trata todo o chorume que produz.
A empresa Ciclus Ambiental, que opera o aterro, diz já ter investido R$ 35 milhões no local, onde já trata 70% do chorume grado, e que até o fim do ano espera transformar todo o resíduo em água para uso industrial, graças a outra licitação para contratar outra tecnologia.
“Levar [o chorume] para tratamento externo é uma necessidade, uma complementação, mas isso é muito mais caro. É mais barato investir em tecnologia, desenvolver, ter know how pra desenvolver, é um desafio”, afirmou Priscila Zidan, assessora da Ciclus.
O presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marcus de Almeida Lima, reconhece que o chorume é um material perigoso e não deveria ser transportado por caminhões. Por isso, explica ele, as licenças para novos aterros só são concedidas com a garantia de que tenham uma solução local para o tratamento dos resíduos.
Lima ressalta que o transporte do chorume para as ETEs é uma solução emergencial, porém melhor que o acúmulo do material nos próprios aterros.
“Não é uma situação ideal, mas a gente faz em casos emergenciais, porque é melhor isso do que simplesmente deixar que as lagoas de chorume sem tratamento transbordem e acabem criando problemas piores”, disse.
Assista a reportagem em: globoplay.globo.com/v/5151656/

Professor Associado D-3 da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Líder do Grupo de Pesquisa do CNPq Núcleo de Estudos Economia Regional, Território, Agricultura e Meio Ambiente do Paraíba do Sul – NEERTAM / UFRRJ. Professor desde de 2022 Programa de Pós-graduação stricto sensu, Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária (PPGCTIA) no Brasil (UFRRJ) . Está lotado no Departamento de de Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade – Instituto de Ciências Humanas e Sociais (DDAS – ICHS / UFRRJ). Atuou como Chefe de Departamento do Departamento de Ciências Econômicas Exatas do ITR no período de setembro de 2011 a maio de 2014. Em 2015 participou de Curso de Formação e Treinamento sobre System of Envaironmental-Economic Accounting (SEEA) promovido pelas Nações Unidas , CEPAL GIZ . O curso capacitou o professor na metodologia de Sistema de Contas Ambientais. Leciona as disciplinas de Economia do Meio Ambiente e Economia do Setor Público. Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000), mestrado em Programa de Planejamento Energético pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002) e doutorado em Planejamento Energético pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010). Durante dez anos realizou pesquisas na Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia (COPPE-UFRJ). Atualmente realiza pesquisa na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Economia do Meio Ambiente, com ênfase em Economia dos Recursos Naturais, Economia Regional e Urbana e Avalição e Valoração Econômica de Projetos, atuando principalmente nos seguintes temas: Políticas Públicas, Saneamento, Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e Conservação de Energia.” Web of Science ResearcherID K-4698-2014
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